Impressão digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandescente.
Inútil seguir vizinhos,
que ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
(António Gedeão, Impressão digital, em Poesias Completas)
5 comentários:
eu vejo gigantes
eu vejo magia
NEM SEMPRE
Nem sempre o que parece é!
Nem sempre o que se pensa se faz!
Nem, sempre o que apetece se pode fazer!
Nem sempre a vida nos deixa fazer o que queremos!
Nem sempre o que luz é ouro!
Nem sempre estamos, quando estamos!
Nem sempre somos, quando somos!
E sendo assim...
Neste mundo o que muitas vezes parece, não é nada!
É apenas ilusão e miragem!...
Porque nem sempre...
O que parece é!...
LILI LARANJO
Que janelas fabulosas que nos deixam ver sem receio tudo o que queremos ver......... sejam moinhos ou gigantes deveremos ver à medida do nosso tamanho.
ADOREIIIIIII este canto Cantigueiro........Que saudades!
moinhos. será que com moinhos se podia sonhar num d. sebastião que devolvesse a credibilidade a este país? lembrei-me do d. quixote, claro!
só por quixotismo ainda se acredita que a república foi o que de melhor aconteceu em portugal! claro!_________
Eu vejo moinhos gigantes. Fantasias...
Excelente escolha de texto. Mais uma vez, curtindo seus blogs. Um Ano Novo de bons augúrios, Sam.
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