sábado, 7 de dezembro de 2013
domingo, 12 de maio de 2013
Era uma vez um país (Prémio Ary dos Santos, Festival Cantar Abril - 2013)
Era uma vez um país
(Miguel Calhaz)
Lá num canto desta velha Europa, era uma vez um país
vivia à beira do mal “prantado”, mas apodrecia na raiz
Reza a história que foi saqueado mesmo por debaixo do nariz
Triste sina, oh que triste fado, era uma vez um país
Os mandantes que por lá passavam eram só ares de “bon vivant”
Viviam à grande e à francesa como se não houvesse amanhã
Havia quem avisasse o povo pra não dar cavaco a imbecis
Mas caíram na asneira de novo, era uma vez um país
Esta fábula do imaginário tão próxima do que é real
Canção de maledicente escárnio à república do bananal
Que se encontrava em tão mau estado, andava a gente tão infeliz
E o polvo já tão infiltrado, era uma vez um país
E lá se vão sucedendo os casos, grita o povo: “agarra que é ladrão!”
Mas passam belos dias à sombra do loureiro
Enquanto o Duarte lima as grades da prisão
E nunca se esgotam personagens neste faz de conta que é assim
Raposas com passos de coelho no mato
e até um corta relvas de madeira no jardim
Entre campeões de assalto à vara e filósofos de pacotilha
Entram nas portas dos submarinos azeiteiros de oliveira às costas
com o ouro da nação pra por nas ilhas Cai-mão, cai-pé,
baixa os braços e as calças e a cabeça e o nariz,
aqui finda esta história que não tem final feliz
(era uma vez um país)
Prémio Ary dos Santos, Festival Cantar Abril - Almada 2013
sábado, 24 de novembro de 2012
Se os filhos da puta voassem nunca veríamos o sol
Se os filhos da puta voassem nunca veríamos o sol
«Si algú se sent al·ludit, i té ales que no voli (Si alguien se da por aludido y tiene alas, que no vuele)
El refrà que cantaré es adagi de carrer, ja me'l deien al bressol (El refrán que cantaré es adagio de la calle, ya me lo decían en la cuna)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
Potser ens ajupim sovint, (Puede que nos agachemos a menudo,)
no es per hàbit ni caprici (no es por costumbre o capricho)
Que es per esquivar el calbot, (Es para esquivar la colleja,)
i esperar el moment propici tan si es vol com si no es vol (y esperar el momento propicio tanto si se quiere como si no)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
Al camp la fruita es podreix, (En el campo la fruta se pudre,)
hi ha massa intermediaris (hay demasiados intermediarios)
No hi ha planificació (No hay planificación)
Això diuen els diaris i així resa el camperol (Eso dicen los periódicos y así reza el agricultor)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
A Suïssa han ingressat, (En Suiza han ingresado,)
mils de milions a cabassos (Miles de millones a espuertas)
Després diuen que es l'obrer, (Después dicen que es el obrero,)
el culpable dels fracassos i la manca de control (el culpable de los fracasos y la falta de control)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
A ciutat anem de cul, (En la ciudad vamos de culo,)
ningú s'aclareix tot falla (nadie se aclara y todo falla)
Ja no podem respirar, (Ya no podemos respirar,)
tothom mes o menys la balla de l'Agost fins al Juliol (Quien más quien menos la baila desde agosto hasta julio)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
Surten al carrer estant, (Salen a la calle,)
cansats de falses promeses (cansados de falsas promesas)
Sona un tret com un fuet, (Suena un tiro como un latigazo,)
i cau mort, les mans esteses, (Y cae muerto con las manos extendidas)
deixa dona, fill i dol (Deja mujer, hijo y duelo)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
Heu d'oblidar si podeu, (Hay que olvidar si podéis,)
aquests 40 anys de gloria (estos 40 años de gloria)
A mi no em preocupa gens, (A mi no me preocupa,)
perquè tinc mala memòria i el cap dur com un pinyol (porqué tengo mala memoria y la cabeza muy dura)
Si els fill de puta volessin no veuríem mai els sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
La unitat no te destí, (La unidad no tiene destino)
l'univers no es cap llimona (El universo no es un limón)
Tinc un passaport que diu: (Tengo un pasaporte que dice:)
Ha nascut a Barcelona i per tant es espanyol (Ha nacido en Barcelona y por tanto es español)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
Jo cada cop veig mes clar, (Cada vez lo veo más claro,)
el poble diu el que pensa (el pueblo dice lo que piensa)
Hem aprés aquest proverbi (Hemos aprendido este proverbio)
I amb mútua complaença cantem com un home sol (y con mutua complacencia cantemos como un solo hombre)
Si els fills de puta volessin no veuríem mai el sol (Si los hijos de puta volasen nunca veríamos el sol)
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Eduardo Catroga - Um canalha passeando pela brisa da tarde
LEIAM ATÉ AO FIM. COMPARTILHEM. É PRECISO QUE TODOS SAIBAM COMO PORTUGAL ESTÁ A FUNCIONAR!
Hoje (12/7/2012) houve manifestação de professores em Lisboa contra as políticas anti-sociais do governo, contra os despedimentos constantes e a precariedade. Por solidariedade, fui também. E vi o que preferia não ter visto... Mas que não me permitiu controlar a raiva.
Já havia centenas de professores concentrados no Rossio. Quase todos novos, muitos desempregados (como revelavam os cartazes que levavam consigo) ou então contratados de forma precária, havendo mesmo aqueles que vivem em casa dos pais por não ter dinheiro. No meio desta gente fixei, de súbito, os meus olhos numa figura odiosa: Eduardo Catroga.
Tudo isto não teria passado de um formigueiro no estômago se o homem não estivesse vestido a rigor, de fato e gravata caros, e não se tivesse sentado numa cadeira para um homem lhe engraxar os sapatos, enquanto tudo observava com um ar entre o nojo e o sarcasmo, a troça asquerosa de quem olha para o resto do mundo como se todas as pessoas fossem suas súbditas. Não, ele não estava ali por acaso. O olhar de víbora, cheio de veneno, e o sorriso de lobo faminto enquanto lhe engraxavam os sapatos denunciavam que aquele era uma acto propositado e de provocação.
Ainda tentei não reagir e deixar passar a situação, mas não consegui perante tamanha arrogância. Não sei onde fui buscar aquelas palavras, mas a verdade é que me aproximei do velhaco e disse:
- Você até pode parecer que está a dar emprego a alguém neste momento, não é? - e apontei para o engraxador - Até se estará a sentir bonzinho, não é? Mas você devia era ter vergonha. Você e os seus amiguinhos que pensam que nós existimos apenas para vos engraxar! Um dia.. Um dia isto vira!
Tremiam-me as mãos de raiva. E ainda me tremeram mais quando ouvi a resposta daquele canalha:
- Olhe, sabe o que eu lhe digo? Deixe mas é de viver à custa dos seus pais e vá mas é trabalhar!
Fiquei escandalizada. Mas o que é isto? Eu tenho 18 anos, vou agora para a faculdade. Sem equivalências a nada, como certos membros deste governo. Tenho 18 anos, é lógico que viva em casa dos meus pais! Se eu fosse trabalhar agora, como já vi acontecer a várias pessoas da minha idade, isso sim, seria mesmo exploração. Somos mão-de-obra barata. No fundo, parece que voltámos ao tempo da revolução industrial, misturada com um semi-fascismo! E agora vem o Catroga, que explora tanta gente, dizer que eu tenho que sair de casa dos meus pais! E pensará ele que quem não está a trabalhar por estar desempregado ou vive em casa dos pais por não ter dinheiro se encontra nessa situação por escolha própria?! Não aguentei.
- Pois, mas eu pelo menos não andei a explorar ninguém!
- Você quer é atenção!
O meu choque não tinha limites e, sem controle, larguei um chorrilho de expressões politicamente incorrectas, dirigidas com cólera àquela besta. A verdade é que se juntou ali gente que deu conta da confusão e Catroga saiu de fininho, mantendo no entanto o riso nojento. Mas a situação ficara ali gravada.
Por favor, partilhem este texto. Isto já foge daquelas divergências entre esquerda e direita. É uma questão de bom senso. É o estado do país em que estamos. É preciso que todos saibam onde estamos metidos. MUITO CUIDADO! Andam aí feras disfarçadas de avô!
sábado, 19 de novembro de 2011
Canción del elegido - Sílvio Rodriguez
Canción del elegido
(Sílvio Rodriguez)
(Por causa deste post)
Siempre que se hace una historia
se habla de un viejo, de un niño o de sí,
pero mi historia es difícil:
no voy a hablarles de un hombre común.
Haré la historia de un ser de otro mundo,
de un animal de galaxia.
Es una historia que tiene que ver
con el curso de la Vía Láctea.
Es una historia enterrada.
Es sobre un ser de la nada.
Nació de una tormenta
en el sol de una noche,
el penúltimo mes.
Fue de planeta en planeta
buscando agua potable,
quizás buscando la vida
o buscando la muerte
eso nunca se sabe.
Quizás buscando siluetas
o algo semejante
que fuera adorable,
o por lo menos querible,
besable, amable.
Él descubrió que las minas
del rey Salomón
se hallaban en el cielo
y no en el África ardiente,
como pensaba la gente.
Pero las piedras son frías
y le interesaban calor y alegrías.
Las joyas no tenían alma,
sólo eran espejos, colores brillantes.
Y al fin bajo hacia la guerra...
¡perdón! quise decir a la tierra.
Supo la historia de un golpe,
sintió en su cabeza cristales molidos
y comprendió que la guerra
era la paz del futuro:
lo más terrible se aprende enseguida
y lo hermoso nos cuesta la vida.
La última vez lo vi irse
entre el humo y metralla,
contento y desnudo:
iba matando canallas
con su cañón de futuro.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Violeta Parra - Me gustan los estudiantes
Me gustan los estudiantes
(Violeta Parra - 1963/64)
Por causa deste post
Que vivan los estudiantes,
Jardín de nuestra alegría,
Son aves que no se asustan
De animal ni policía.
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva la astronomía!
Me gustan los estudiantes
Que rugen como los vientos
Cuando les meten al oído
Sotanas y regimientos.
Pajarillos libertarios
Igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva lo experimento!
Me gustan los estudiantes
Porque levantan el pecho
Cuando les dicen harina
Sabiéndose que es afrecho.
Y no hacen el sordomudo
Cuando se presente el hecho.
Caramba y zamba la cosa,
El código del derecho!
Me gustan los estudiantes
Porque son la levadura
Del pan que saldrá del horno
Con toda su sabrosura.
Para la boca del pobre
Que come con amargura.
Caramba y zamba la cosa,
Viva la literatura!
Me gustan los estudiantes
Que marchan sobre las ruinas,
Con las banderas en alto
Pa? toda la estudiantina.
Son químicos y doctores,
Cirujanos y dentistas.
Caramba y zamba la cosa,
Vivan los especialistas!
Me gustan los estudiantes
Que con muy clara elocuencia
A la bolsa negra sacra
Le bajó las indulgencias.
Porque, hasta cuándo nos dura
Señores, la penitencia.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!
(Violeta Parra - 1963/64)
Por causa deste post
Que vivan los estudiantes,
Jardín de nuestra alegría,
Son aves que no se asustan
De animal ni policía.
Y no le asustan las balas
Ni el ladrar de la jauría.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva la astronomía!
Me gustan los estudiantes
Que rugen como los vientos
Cuando les meten al oído
Sotanas y regimientos.
Pajarillos libertarios
Igual que los elementos.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva lo experimento!
Me gustan los estudiantes
Porque levantan el pecho
Cuando les dicen harina
Sabiéndose que es afrecho.
Y no hacen el sordomudo
Cuando se presente el hecho.
Caramba y zamba la cosa,
El código del derecho!
Me gustan los estudiantes
Porque son la levadura
Del pan que saldrá del horno
Con toda su sabrosura.
Para la boca del pobre
Que come con amargura.
Caramba y zamba la cosa,
Viva la literatura!
Me gustan los estudiantes
Que marchan sobre las ruinas,
Con las banderas en alto
Pa? toda la estudiantina.
Son químicos y doctores,
Cirujanos y dentistas.
Caramba y zamba la cosa,
Vivan los especialistas!
Me gustan los estudiantes
Que con muy clara elocuencia
A la bolsa negra sacra
Le bajó las indulgencias.
Porque, hasta cuándo nos dura
Señores, la penitencia.
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!
Caramba y zamba la cosa,
Qué viva toda la ciencia!
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Apesar de você
(Chico Buarque)
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão
Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,
Esse grito contido,
Esse samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a fineza
de "desinventar"
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir
antes do que você pensa
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal, etc e tal,
La, laiá, la laiá, la laiá...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Miguel Hernández (1910 – 2010)
El Herido
Para el muro de un hospital de sangre.
I
Por los campos luchados se extienden los heridos.
Y de aquella extensión de cuerpos luchadores
salta un trigal de chorros calientes, extendidos
en roncos surtidores.
La sangre llueve siempre boca arriba, hacia el cielo.
Y las heridas suenan, igual que caracolas,
cuando hay en las heridas celeridad de vuelo,
esencia de las olas.
La sangre huele a mar, sabe a mar y a bodega.
La bodega del mar, del vino bravo, estalla
allí donde el herido palpitante se anega,
y florece, y se halla.
Herido estoy, miradme: necesito más vidas.
La que contengo es poca para el gran cometido
de sangre que quisiera perder por las heridas.
Decid quién no fue herido.
Mi vida es una herida de juventud dichosa.
¡Ay de quien no esté herido, de quien jamás se siente
herido por la vida, ni en la vida reposa
herido alegremente!
Si hasta a los hospitales se va con alegría,
se convierten en huertos de heridas entreabiertas,
de adelfos florecidos ante la cirugía.
de ensangrentadas puertas.
II
Para la libertad sangro, lucho, pervivo.
Para la libertad, mis ojos y mis manos,
como un árbol carnal, generoso y cautivo,
doy a los cirujanos.
Para la libertad siento más corazones
que arenas en mi pecho: dan espumas mis venas,
y entro en los hospitales, y entro en los algodones
como en las azucenas.
Para la libertad me desprendo a balazos
de los que han revolcado su estatua por el lodo.
Y me desprendo a golpes de mis pies, de mis brazos,
de mi casa, de todo.
Porque donde unas cuencas vacías amanezcan,
ella pondrá dos piedras de futura mirada
y hará que nuevos brazos y nuevas piernas crezcan
en la carne talada.
Retoñarán aladas de savia sin otoño
reliquias de mi cuerpo que pierdo en cada herida.
Porque soy como el árbol talado, que retoño:
porque aún tengo la vida.
In Miguel Hernández - Poemas
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Discurso de apresentação em Évora
Caras amigas e amigos
Obviamente muito honrado e surpreendido pelo convite que me foi feito pelo Partido Comunista Português para ser Mandatário da Candidatura Presidencial de Francisco Lopes pelo distrito de Évora, devo, mesmo assim, confessar que este me pareceu um tanto exagerado.
Por mim, teria bastado um simples convite para pertencer a uma lista local ou nacional de apoiantes, ficando aí muito bem acompanhado por milhares de outros portugueses que se revêem nesta candidatura.
Acompanhado por todos aqueles que, como eu, já não suportam o estado a que o país chegou.
Acompanhado por todos aqueles que, como eu, não estão dispostos a cruzar os braços, enquanto os cargos públicos, desde as autarquias aos mais altos lugares do poder, passando pelas administrações das empresas do Estado, são assaltados por gente sem as qualificações humanas mínimas para poderem ser chamados servidores públicos.
Acompanhado por todos aqueles que, a não ser lançada esta candidatura de Francisco Lopes, muito dificilmente poderiam vir a ser mobilizados, sequer, para o voto, tal o desolador panorama político, económico e social do país e, no limite, mesmo a mais do que justificada aversão de muitos (aversão política, obviamente!) aos candidatos que se apresentam a esta eleição presidencial.
A começar por uma candidatura que apela ao mais “Nobre”, perdão... pobre populismo, centrado num discurso pretensamente vazio de ideologia, anti-partidos, anti-políticos, anti-política, temas já velhos, que sempre animaram algumas conversas tardias de tasca e, obviamente, a direita, a quem este tipo de discurso sempre trouxe dividendos.
Passando por outra, mais “alegre”, carregada de grandes frases sonoras, cheias de “pátria”, “História”, “destino”, “cidadania” e “esquerda”, mas enredada na contradição de, ao mesmo tempo que diz querer defender o povo das malfeitorias do “capital neoliberal” e do fantasma da “globalização” - de manhã – acabar sempre a apoiar - à tarde - o essencial dessas políticas, levadas a cabo exactamente pelo seu partido de sempre, sempre que está no poder, actividade mais ou menos “bipolar” que mantém há décadas.
Chegando, finalmente e para falar apenas das principais, à recandidatura - por fim assumida! – do actual Presidente da República, o político com mais anos de poder, se somarmos os 10 anos como Primeiro Ministro aos 5 que já leva como Presidente, mais o tempo em que foi Ministro das Finanças de Sá Carneiro. Um político profissional que consegue, entre outras, as fantásticas proezas de:
1. Continuar a falar dos “políticos” como sendo “os outros”, estando ele a pairar num espécie de patamar superior.
2. Não esconder o desprezo que nutre pelos partidos políticos - mesmo pelo seu - e que no caso do Partido Comunista é mesmo uma incompatibilidade cega e antiga, o que dá a imagem de uma visão da democracia... pelo menos bastante original.
3. Ter a descontracção, a que muitos chamariam mesmo “lata”, de dar professorais conselhos e fazer observações críticas à actual situação económica e política do nosso país... como se não fosse um dos seus principais obreiros, o que neste caso quer dizer... culpados.
Perante este triste cenário, era fundamental que aparecesse uma candidatura “Patriótica e de Esquerda”!
Uma candidatura e um candidato para quem a “pátria” não é apenas uma rima de grande efeito, para quem a “esquerda” não é um disfarce, para quem o passado colectivo e pessoal é um mais do que justificado orgulho; para quem as lutas e reivindicações dos trabalhadores não são um estorvo; para quem as mulheres, os jovens, os desempregados, os velhos e as crianças, não são estatísticas, mas sim as companheiras e companheiros de jornada; para quem a saúde não é uma oportunidade de negócio; para quem a escola e a educação não são truques de ilusionismo e, finalmente, para quem a cultura e a arte são uma coisa nossa, um direito, uma “Arma carregada de futuro” e não “um luxo cultural para os neutrais, que lavando as mãos, se desentendem e evadem...” para citar o grande poeta espanhol Gabriel Celaya.
A Candidatura aqui está! Francisco Lopes, apoiado na vontade e determinação de um grande colectivo, vem dar rosto e voz a todos os que, mesmo não estando ligados a qualquer partido, ou que mesmo estando, não se identificam com o rumo seguido pelos partidos da “política de direita” e do autêntico rotativismo e alternância sem alternativa, que têm liderado a contra-revolução em Portugal desde 1976. Todos os que não se identificam com aqueles que todos dias procuram cerrar mais uma das “Portas que Abril abriu”. Todas e todos que, como dizia, consideram esta campanha para a Presidência da República, uma altura soberana, não para jogos de poder e calculismo político, mas para darem um sinal claro daquilo que querem para a sua vida e para Portugal.
É uma Candidatura verdadeiramente independente... das políticas que têm vindo há décadas a arruinar o nosso país.
É uma candidatura verdadeiramente apostada em “Combater o rumo de declínio nacional”, marcado pela obra vergonhosa de PS, PSD e CDS, ao serviço do grande capital sem pátria. Apostada em combater a corrupção que alastra impune, o acentuar do fosso entre os cada vez mais pobres e os cada vez mais ricos. Apostada em lutar pela recuperação da nossa capacidade de produzir, nos campos, na floresta, na indústria, nas pescas. Apostada em valorizar o trabalho e o nível de vida dos trabalhadores. Apostada em reanimar a actividade das micro, pequenas e médias empresas. Apostada em combater a precariedade do trabalho e a catástrofe social que representa termos, num tão pequeno universo de força de trabalho, 700 mil desempregados, sendo uma grande parte jovens. Apostada na luta pela defesa da soberania nacional, face aos poderes económicos que comandam uma integração europeia virada para a exploração dos trabalhadores, tanto europeus como os milhares de imigrantes, que na primeira oportunidade, são tratados, uns e outros, como simples lixo descartável.
É uma candidatura apostada na “exigência de ruptura e mudança”. Apostada, não nos remendos possíveis a esta política, mas sim numa viragem que nos faça navegar com outros ventos.
É, como já disse antes, “Uma candidatura patriótica e de esquerda”. Porque já basta da submissão aos interesses de agiotas e especuladores internacionais. Porque já basta de submissão aos interesses do “Império” e do seu braço armado, a NATO. Porque já basta de políticas de direita. Porque já basta de traições aos princípios da Revolução de Abril. Porque já basta de torpedear a nossa Constituição.
Queremos um Portugal que saiba honrar o seu Povo. Um Portugal que, em vez de subserviente, seja fraterno e solidário com todos os povos do mundo. Um Portugal activamente empenhado na Paz!
Queremos lutar pelo direito a vir a ter um Presidente que, no pleno uso dos seus poderes constitucionais, saiba intervir na vida nacional, mas sobretudo, que sempre que o faça, seja sem omissões, sem calculismos, ao lado dos interesses e direitos do povo.
A candidatura de Francisco Lopes traz uma mensagem política própria, sem ambiguidades nem cartas escondidas na manga. É a mensagem clara do PCP, que, no que diz respeito ao país, mas em particular, ao distrito de Évora, se pode condensar em oito pontos, alguns já antes aqui aflorados e que teremos muitas ocasiões para desenvolver, divulgar e esclarecer... mesmo forçados a lutar contra o manto de silêncio sobre as nossas propostas - quando não é mesmo deturpação – imposto pelos meios de comunicação maioritariamente detidos pelo poder económico e ao serviço da ideologia dominante.
A saber:
1- Defesa dos direitos dos trabalhadores, valorização dos salários e das pensões, aumento do poder de compra.
2- Defesa da produção nacional, promoção do emprego e do crescimento económico.
3- Políticas sociais de apoio aos desempregados e aos idosos e medidas de combate à pobreza e à exclusão social.
4- Investimento nos serviços públicos de educação e saúde.
5- Concretização da Regionalização.
6- Investimento na rede de transportes e comunicações.
7- Defesa da água pública.
8- Defesa de uma política cultural democrática.
A candidatura de Francisco Lopes é a única que defende e é garante de tudo o que acabei de referir... e mais tudo aquilo que por incompetência, ou simples inexperiência, deixei por dizer.
O distrito de Évora sofre ainda com mais intensidade, pelas suas características, tanto as naturais, como demográficas e sociais, como até, em muitos casos, por puro revanchismo político por parte do poder central, quase todos os flagelos que assolam o país, resultado de décadas de políticas erradas e abandono. Aqui, a população não cresce em número mas cresce em idade. Aqui, os velhos são mais pobres, os jovens têm menos saídas profissionais, o desemprego é mais pesado.
Façamos com que o Distrito de Évora diga de forma bem sonora qual o lugar que pretende ocupar nesta História, votando maioritariamente em Francisco Lopes, no próximo dia 23 de Janeiro de 2011.
Um povo cansado, fustigado, aterrorizado pelas implacáveis campanhas de desinformação, rendido às medidas de austeridade que nos impõe como “inevitabilidades” e forçado a perder a confiança no futuro, pode ser levado a sentar-se a um canto, derrotado e sem intervir, à espera de que alguém faça o milagre de resolver o seu futuro. Para isso, não contem connosco!
Não trago na minha bagagem de mandatário “acidental”, nenhum passado construído sobre grandes feitos académicos ou políticos. Ao longo da vida juntei apenas um punhado de canções que fui e vou cantando, e que na verdade nunca foram capazes de mudar o mundo. Mas, em contrapartida, as mulheres e os homens que se juntam para cantar as mesmas canções, podem fazer coisas extraordinárias! Se alguém tem belas canções para cantar em coro, esses somos nós.
Façamos então as coisas extraordinárias, ou, como escreveu o tão nosso Manuel da Fonseca,
“Ó meus amigos desgraçados
Se a vida é curta e a morte infinita
Despertemos e vamos
Eia!
Vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
Como era a Tuna do Zé Jacinto
Tocando a marcha Almadanim!”
Viva Portugal!
Obviamente muito honrado e surpreendido pelo convite que me foi feito pelo Partido Comunista Português para ser Mandatário da Candidatura Presidencial de Francisco Lopes pelo distrito de Évora, devo, mesmo assim, confessar que este me pareceu um tanto exagerado.
Por mim, teria bastado um simples convite para pertencer a uma lista local ou nacional de apoiantes, ficando aí muito bem acompanhado por milhares de outros portugueses que se revêem nesta candidatura.
Acompanhado por todos aqueles que, como eu, já não suportam o estado a que o país chegou.
Acompanhado por todos aqueles que, como eu, não estão dispostos a cruzar os braços, enquanto os cargos públicos, desde as autarquias aos mais altos lugares do poder, passando pelas administrações das empresas do Estado, são assaltados por gente sem as qualificações humanas mínimas para poderem ser chamados servidores públicos.
Acompanhado por todos aqueles que, a não ser lançada esta candidatura de Francisco Lopes, muito dificilmente poderiam vir a ser mobilizados, sequer, para o voto, tal o desolador panorama político, económico e social do país e, no limite, mesmo a mais do que justificada aversão de muitos (aversão política, obviamente!) aos candidatos que se apresentam a esta eleição presidencial.
A começar por uma candidatura que apela ao mais “Nobre”, perdão... pobre populismo, centrado num discurso pretensamente vazio de ideologia, anti-partidos, anti-políticos, anti-política, temas já velhos, que sempre animaram algumas conversas tardias de tasca e, obviamente, a direita, a quem este tipo de discurso sempre trouxe dividendos.
Passando por outra, mais “alegre”, carregada de grandes frases sonoras, cheias de “pátria”, “História”, “destino”, “cidadania” e “esquerda”, mas enredada na contradição de, ao mesmo tempo que diz querer defender o povo das malfeitorias do “capital neoliberal” e do fantasma da “globalização” - de manhã – acabar sempre a apoiar - à tarde - o essencial dessas políticas, levadas a cabo exactamente pelo seu partido de sempre, sempre que está no poder, actividade mais ou menos “bipolar” que mantém há décadas.
Chegando, finalmente e para falar apenas das principais, à recandidatura - por fim assumida! – do actual Presidente da República, o político com mais anos de poder, se somarmos os 10 anos como Primeiro Ministro aos 5 que já leva como Presidente, mais o tempo em que foi Ministro das Finanças de Sá Carneiro. Um político profissional que consegue, entre outras, as fantásticas proezas de:
1. Continuar a falar dos “políticos” como sendo “os outros”, estando ele a pairar num espécie de patamar superior.
2. Não esconder o desprezo que nutre pelos partidos políticos - mesmo pelo seu - e que no caso do Partido Comunista é mesmo uma incompatibilidade cega e antiga, o que dá a imagem de uma visão da democracia... pelo menos bastante original.
3. Ter a descontracção, a que muitos chamariam mesmo “lata”, de dar professorais conselhos e fazer observações críticas à actual situação económica e política do nosso país... como se não fosse um dos seus principais obreiros, o que neste caso quer dizer... culpados.
Perante este triste cenário, era fundamental que aparecesse uma candidatura “Patriótica e de Esquerda”!
Uma candidatura e um candidato para quem a “pátria” não é apenas uma rima de grande efeito, para quem a “esquerda” não é um disfarce, para quem o passado colectivo e pessoal é um mais do que justificado orgulho; para quem as lutas e reivindicações dos trabalhadores não são um estorvo; para quem as mulheres, os jovens, os desempregados, os velhos e as crianças, não são estatísticas, mas sim as companheiras e companheiros de jornada; para quem a saúde não é uma oportunidade de negócio; para quem a escola e a educação não são truques de ilusionismo e, finalmente, para quem a cultura e a arte são uma coisa nossa, um direito, uma “Arma carregada de futuro” e não “um luxo cultural para os neutrais, que lavando as mãos, se desentendem e evadem...” para citar o grande poeta espanhol Gabriel Celaya.
A Candidatura aqui está! Francisco Lopes, apoiado na vontade e determinação de um grande colectivo, vem dar rosto e voz a todos os que, mesmo não estando ligados a qualquer partido, ou que mesmo estando, não se identificam com o rumo seguido pelos partidos da “política de direita” e do autêntico rotativismo e alternância sem alternativa, que têm liderado a contra-revolução em Portugal desde 1976. Todos os que não se identificam com aqueles que todos dias procuram cerrar mais uma das “Portas que Abril abriu”. Todas e todos que, como dizia, consideram esta campanha para a Presidência da República, uma altura soberana, não para jogos de poder e calculismo político, mas para darem um sinal claro daquilo que querem para a sua vida e para Portugal.
É uma Candidatura verdadeiramente independente... das políticas que têm vindo há décadas a arruinar o nosso país.
É uma candidatura verdadeiramente apostada em “Combater o rumo de declínio nacional”, marcado pela obra vergonhosa de PS, PSD e CDS, ao serviço do grande capital sem pátria. Apostada em combater a corrupção que alastra impune, o acentuar do fosso entre os cada vez mais pobres e os cada vez mais ricos. Apostada em lutar pela recuperação da nossa capacidade de produzir, nos campos, na floresta, na indústria, nas pescas. Apostada em valorizar o trabalho e o nível de vida dos trabalhadores. Apostada em reanimar a actividade das micro, pequenas e médias empresas. Apostada em combater a precariedade do trabalho e a catástrofe social que representa termos, num tão pequeno universo de força de trabalho, 700 mil desempregados, sendo uma grande parte jovens. Apostada na luta pela defesa da soberania nacional, face aos poderes económicos que comandam uma integração europeia virada para a exploração dos trabalhadores, tanto europeus como os milhares de imigrantes, que na primeira oportunidade, são tratados, uns e outros, como simples lixo descartável.
É uma candidatura apostada na “exigência de ruptura e mudança”. Apostada, não nos remendos possíveis a esta política, mas sim numa viragem que nos faça navegar com outros ventos.
É, como já disse antes, “Uma candidatura patriótica e de esquerda”. Porque já basta da submissão aos interesses de agiotas e especuladores internacionais. Porque já basta de submissão aos interesses do “Império” e do seu braço armado, a NATO. Porque já basta de políticas de direita. Porque já basta de traições aos princípios da Revolução de Abril. Porque já basta de torpedear a nossa Constituição.
Queremos um Portugal que saiba honrar o seu Povo. Um Portugal que, em vez de subserviente, seja fraterno e solidário com todos os povos do mundo. Um Portugal activamente empenhado na Paz!
Queremos lutar pelo direito a vir a ter um Presidente que, no pleno uso dos seus poderes constitucionais, saiba intervir na vida nacional, mas sobretudo, que sempre que o faça, seja sem omissões, sem calculismos, ao lado dos interesses e direitos do povo.
A candidatura de Francisco Lopes traz uma mensagem política própria, sem ambiguidades nem cartas escondidas na manga. É a mensagem clara do PCP, que, no que diz respeito ao país, mas em particular, ao distrito de Évora, se pode condensar em oito pontos, alguns já antes aqui aflorados e que teremos muitas ocasiões para desenvolver, divulgar e esclarecer... mesmo forçados a lutar contra o manto de silêncio sobre as nossas propostas - quando não é mesmo deturpação – imposto pelos meios de comunicação maioritariamente detidos pelo poder económico e ao serviço da ideologia dominante.
A saber:
1- Defesa dos direitos dos trabalhadores, valorização dos salários e das pensões, aumento do poder de compra.
2- Defesa da produção nacional, promoção do emprego e do crescimento económico.
3- Políticas sociais de apoio aos desempregados e aos idosos e medidas de combate à pobreza e à exclusão social.
4- Investimento nos serviços públicos de educação e saúde.
5- Concretização da Regionalização.
6- Investimento na rede de transportes e comunicações.
7- Defesa da água pública.
8- Defesa de uma política cultural democrática.
A candidatura de Francisco Lopes é a única que defende e é garante de tudo o que acabei de referir... e mais tudo aquilo que por incompetência, ou simples inexperiência, deixei por dizer.
O distrito de Évora sofre ainda com mais intensidade, pelas suas características, tanto as naturais, como demográficas e sociais, como até, em muitos casos, por puro revanchismo político por parte do poder central, quase todos os flagelos que assolam o país, resultado de décadas de políticas erradas e abandono. Aqui, a população não cresce em número mas cresce em idade. Aqui, os velhos são mais pobres, os jovens têm menos saídas profissionais, o desemprego é mais pesado.
Façamos com que o Distrito de Évora diga de forma bem sonora qual o lugar que pretende ocupar nesta História, votando maioritariamente em Francisco Lopes, no próximo dia 23 de Janeiro de 2011.
Um povo cansado, fustigado, aterrorizado pelas implacáveis campanhas de desinformação, rendido às medidas de austeridade que nos impõe como “inevitabilidades” e forçado a perder a confiança no futuro, pode ser levado a sentar-se a um canto, derrotado e sem intervir, à espera de que alguém faça o milagre de resolver o seu futuro. Para isso, não contem connosco!
Não trago na minha bagagem de mandatário “acidental”, nenhum passado construído sobre grandes feitos académicos ou políticos. Ao longo da vida juntei apenas um punhado de canções que fui e vou cantando, e que na verdade nunca foram capazes de mudar o mundo. Mas, em contrapartida, as mulheres e os homens que se juntam para cantar as mesmas canções, podem fazer coisas extraordinárias! Se alguém tem belas canções para cantar em coro, esses somos nós.
Façamos então as coisas extraordinárias, ou, como escreveu o tão nosso Manuel da Fonseca,
“Ó meus amigos desgraçados
Se a vida é curta e a morte infinita
Despertemos e vamos
Eia!
Vamos fazer qualquer coisa de louco e heróico
Como era a Tuna do Zé Jacinto
Tocando a marcha Almadanim!”
Viva Portugal!
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